O presente trabalho trata de estudo semântico-histórico dos sufixos homônimos -UDO participial e -UDO adjetival ao longo do tempo. Fundamentado em estudos anteriores de Piel (1982), Pato e Felíu Arquiola (2005), Santos ( 2014), González Magaña (2014) e Freitas (2016), recorre-se a um corpus constituído de 20 verbetes, retirados da Crônica d'El Rei D. João I ,escrita em 1443 pelo cronista português Fernão Lopes, por incumbência do Rei D. Duarte, nos quais o segmento -udo apresenta a função de sufixo. As primeiras conclusões indicam: (i) há um continuum dos significados desse sufixo, em que o mais prototípico é "X tem base grande"; (ii) há, nos derivados desse sufixo, uma focalização do holônimo quando os adjetivos se transformam em substantivos; e (iii). No período medieval, o sufixo -udo assumiu o valor enconomiástico.