O presente trabalho traz como elemento de investigação, a produção da história realizada por memorialistas, que por sua vez, acaba a mesma, elevada à condição de história oficial. A escrita dos memorialistas está inserida dentro de uma esfera de produção historiográfica. Elementos como as narrativas lineares, a valorização dos elementos políticos, o apreço a determinadas figuras atreladas ao poder caracterizam esse modo de escrever a história. Na tradição brasileira, onde o acesso à cultura letrada e a educação básica se constituíram como privilégios, tais condições levaram a reflexão sobre a história, como também o ensino da mesma a uma situação de desprestígio, e nisso resultou uma situação, onde o local, não aparece na produção consagrada dos historiadores de ofício, detentores de formação acadêmica. E por sua vez a produção dos memorialistas se insurge como campo que suscita a escrita de uma história pública, que se coloca como referência para diversos atores sociais, dentre os quais os historiadores profissionais. Partindo de um diálogo entre a produção dos memorialistas e a influência destes nas investigações feitas pela academia, desejamos avaliar a dimensão desta, como também a percepção destes sujeitos que atuam em espaços não acadêmicos frente a influência de seus trabalhos. A reflexão segue pelo campo da historiografia, da produção intelectual, articulando com as reflexões entre história oral e memória.