“SERCAS SECAS”: A MEMÓRIA DOS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO DO CEARÁ

MAYK LENNO HENRIQUE LIMA

Co-autores: VALÉRIA SOARES DE OLIVEIRA
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

O presente artigo tem por objetivo analisar a construção da Caminhada da Seca, em Senador Pompeu, a partir do histórico das secas e a construção dos campos de concentração pelo Governo do Estado do Ceará durante a seca de 1932, compreendida na primeira fase da Era Vargas, o Governo Provisório. A Caminhada faz referência à seca de 1932 e ao Campo de Concentração do Patu. Os flagelados que padeceram diante da seca, chamados de "almas da barragem", sofreram um processo de santificação junto à população local e sua memória se tornou o fio condutor da celebração e objeto de disputa entre os grupos identificados como místico-religioso e político-religioso, onde, de um lado, buscam o envolvimento espiritual da população e a luta pela vida digna no semiárido, do outro. Dialogaremos com teóricos que abordam a história do Ceará, memória e patrimônio, respectivamente, Rios (2001), Bosi (1994), Funari e Pelegrini (2006).