A despeito de Cecília Meireles ser considerada uma das vozes mais expressivas da literatura brasileira do século XX, a crítica de seu tempo não soube vê-la na perspectiva plural de sua poética, limitando-a, no geral, à condição de poeta do efêmero. A crítica mais recente, por sua vez, sobre tudo a feminista, confere-lhe um olhar mais amplo, destacando o viés feminino de seus textos. O presente artigo ratifica este direcionamento, a partir da análise dos poemas "Mulher ao espelho" e "Balada das dez bailarinas do cassino", publicados em Mar absoluto. Serão utilizados como referencial teórico textos de Dal Farra (2006), Showalter (1994), Gouveia (2007; 2008), Bosi (1997; 2003) entre outros.