Neste trabalho, analisamos o processo de (re)construção identitária das protagonistas dos romances The Color Purple (1982), de Alice Walker, e Push (1996), de Sapphire, a partir do conceito de "escrevivência", da autora afro-brasileira Conceição Evaristo. Notamos que tanto Celie quanto Precious encontram na leitura/escrita um meio para romper com o ambiente opressor no qual vivem, adquirindo uma postura subversiva sobre sua condição. Assim, elas se (re)escrevem enquanto sujeitos ao mesmo tempo em que apreendem o mundo por meio das histórias que leem /registram. O diálogo entre as obras, de autoria feminina afro-americana, e a relação com o conceito de Evaristo, apontam, enfim, para uma regularidade de tema nas produções de autoras afrodescendentes, revelando uma constante rememoração das dificuldades do dia-a-dia de mulheres negras.