MEMÓRIAS DOS TRABALHADORES DAS USINAS DE ALGODÃO: ENTRE O COTIDIANO OPERÁRIO E A VIDA FAMILIAR

ROBERTA FELIX PAULINO

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

A proposta desta pesquisa é analisar as memórias e o cotidiano dos trabalhadores das usinas de algodão em Quixadá, respectivamente nas décadas de 1960 e 1970 (período áureo da monocultura do algodão). De acordo com João Eudes Costa, memorialista da cidade, eram centenas de operários distribuídos em seis fabricas de beneficiamento, empregando homens e mulheres em diferentes funções, espaços e hierarquias. Diante desse vasto universo, optamos pela realização de entrevistas com ex- trabalhadores desses estabelecimentos, pois através das memórias desses sujeitos históricos procuramos levantar aspectos do seu cotidiano dentro e fora do mundo do trabalho: as relações estabelecidas no ambiente fabril; o universo familiar marcado pela condição operária; os locais de moradia, muitas vezes cedidos pelos proprietários dessas fábricas, assim como as "bodegas" em que essas famílias compravam seus mantimentos. Buscamos ainda, interpretar os silêncios e as ênfases dos depoimentos orais, já que a memória é um campo de disputas e versões do passado. Nossa bibliografia é voltada pelo debate da História Social com autores como Edward Thompson; e também da Memória e História Oral como Verena Alberti, Alessandro Portelli e Michel Pollack.