SESQUICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA: A FESTA DA DITADURA

GEICIANE MACIEL DE ARAUJO

Co-autores: GEICIANE MACIEL DE ARAÚJO
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

No início da década de 1970, o Brasil vivia o período mais duro e violento da ditadura militar instalada em 1964: a censura estava institucionalizada com o AI-5 e a tortura e os assassinatos tornaram-se práticas comuns dentro dos presídios. Os guerrilheiros, na maioria jovens, foram desmobilizados após o assassinato de Carlos Lamarca e Carlos Marighella, dois de seus importantes líderes. O governo do general Emílio Garrastazu Médici (1969-1974) destacou-se por ter sido o mais repressivo. Visando fortalecer o regime e contrabalancear o clima de terror instalado no país, montou-se um aparato de propaganda que tinha como base a ideia da cooperação dos brasileiros para o engrandecimento da nação. Foram criados temas ufanistas como: "Você constrói o Brasil", "Ninguém segura este país", "Brasil, conte comigo", "Brasil, ame-o ou deixe-o", que despertavam a euforia naqueles que acreditavam no progresso brasileiro. O auge da campanha publicitaria foi atingido quando a seleção brasileira de futebol ganhou o tricampeonato na Copa do Mundo de 1970. O presidente fez da conquista da seleção uma vitória do governo brasileiro. Em 1972, ainda sob a euforia do tricampeonato, o Brasil comemorava 150 anos de Independência.