A Fome, romance do escritor cearense Rodolfo Teófilo, publicada em 1890, é uma denúncia social da realidade trazida com a seca e da omissão do governo em resolver o problema dos retirantes, que haviam migrado para a cidade de Fortaleza em condição de miséria. A obra foi escrita em um período de mudanças - a transição de um regime escravista do Império, para a Primeira República - onde os intelectuais da denominada "geração 70" se apoiaram em uma ideologia racista e ao mesmo tempo liberal. É possível a partir de sua leitura observar a questão racial presente no autor, que serviu como referencial para interpretar as condições e as ações dos sujeitos históricos naquele contexto.