PROCESSO DE ENFERMAGEM APLICADO ÀS CRIANÇAS NA ESCOLA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Raimundo Augusto Martins Torres¹
Gislene Holanda de Freiras2
Daniele Vasconcelos Fernandes Vieira3
Samuel Ramalho Torres Maia4
Marcos Renato de Oliveira5
INTRODUÇÃO
Processo de enfermagem constitui-se como um dispositivo de cuidado clínico do/a enfermeiro/a, e integra 06 fases, quais sejam, o histórico, diagnóstico, planejamento, intervenções (prescrições), avaliação e prognóstico de enfermagem. Este instrumental metodológico para cuidar em enfermagem deve ser ancorado num suporte teórico que oriente a coleta de dados, o estabelecimento de diagnósticos de enfermagem e o planejamento das ações ou intervenções de enfermagem; e que forneça a base para a avaliação dos resultados de enfermagem alcançados (1a,1b).
OBJETIVO
Deste modo, o presente estudo tem como objetivo relatar a experiência de implementação de etapas do processo de enfermagem junto às crianças de uma escola creche.
METODOLOGIA
Esta experiência ocorreu por ocasião de práticas de estágios realizadas com estudantes do 7º semestre do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará, com crianças de 0 a 05 anos da Escola Creche. Ir, Juliana Galli, localizada no Bairro Serrinha em Fortaleza-Ceará. O mentor e supervisor direto, um dos professores da disciplina de Enfermagem em Saúde Coletiva, priorizou práticas de cuidado tendo como
foco a clínica no campo social. As práticas iniciaram no semestre letivo de 2013.2, 2014.1 e teve a continuidade em 2014.2. Participaram 50 estudantes, que vivenciaram estas práticas do cuidado clínico de enfermagem em saúde coletiva.
1 Mestre em Enfermagem. Doutor em educação. Professor da Disciplina Enfermagem em Saúde Coletiva do Curso de graduação e do Programa de Pós - Graduação em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde da Universidade Estadual do Ceará (PPCCLIS/UECE). Pesquisador do grupo de pesquisa POLÍTICAS, SABERES E PRÁTICAS EM ENFERMAGEM E SAÚDE COLETIVA (LAPRACSE/CNPQ).
2 Enfermeira. Mestranda em Cuidados clínicos no Programa de Pós - Graduação em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde da Universidade Estadual do Ceará (PPCCLIS/UECE). Membro do grupo de pesquisa POLÍTICAS, SABERES E PRÁTICAS EM ENFERMAGEM E SAÚDE COLETIVA (LAPRACSE/CNPQ).
3 Enfermeira. Mestra em Cuidados clínicos pelo Programa de Pós - Graduação em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde da Universidade Estadual do Ceará (PPCCLIS/UECE). Professora substituta na Disciplina Enfermagem em Saúde Coletiva do Curso de graduação em Enfermagem. Membro do grupo de pesquisa POLÍTICAS, SABERES E PRÁTICAS EM ENFERMAGEM E SAÚDE COLETIVA (LAPRACSE/CNPQ).
4 Enfermeiro. Mestrando em Cuidados clínicos no Programa de Pós - Graduação em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde da Universidade Estadual do Ceará (PPCCLIS/UECE). Membro do grupo de pesquisa POLÍTICAS, SABERES E PRÁTICAS EM ENFERMAGEM E SAÚDE COLETIVA (LAPRACSE/CNPQ).
5 Mestre em Enfermagem na promoção da saúde. Especialista em Saúde Pública. Enfermeiro. Professor do Magistério Superior da Universidade Federal do Piauí - UFPI. Doutorando de Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde pela Universidade Estadual do Ceará - UECE.
RESULTADOS
Ocorreu através da aplicação de um instrumento de "Avaliação em Saúde para Planejamento e Implementação dos Cuidados Clínicos de Enfermagem (ASPICCE)", reunindo saberes fundamentais do campo da saúde da criança, saúde pública, semiologia e comunicação e educação popular. O instrumento está em fase de adequação às demandas de cuidado das crianças atendidas e sua aplicação de faz seguindo o fluxo, primeiro, há uma aproximação lúdica das crianças (cuidado clínico lúdico), para provocar as interações e gerar confiança (nesta etapa entra em cena também o/a professor/a responsável pelas crianças), segundo, faz-se a identificação, afere peso e altura (avaliação do C&D), cicatriz vacinal para o BCG e, em seguida, procede-se o exame físico geral. Depois, desta avaliação, realiza-se uma síntese da História/Evolução clínica que orienta as intervenções de cuidados diretos de enfermagem e indiretos, ou seja, que serão realizados pelos pais e/ou responsáveis. Durante este período, pudemos perceber que os estudantes ao vivenciarem estas práticas perceberam que o processo de enfermagem é um dispositivo de cuidado clínico do/a enfermeiro(a) que pode ser aplicado nos diversos campos de prática de enfermagem e que agrega elementos objetivos e subjetivos que fortalecem o processo pedagógico praticado na formação profissional pois, de certo modo, visualiza, como o/a enfermeiro/a pode exercer um instrumental de cuidado sistematizado que leve em conta, dimensões clínicas e sociais de extrema relevância no cuidado em saúde coletiva.
CONCLUSÃO
Portanto, consideramos estas práticas pedagógicas em enfermagem, de grande importância para a formação profissional, bem como destacamos que a implementação, sistematizada, do cuidado clínico como dispositivo que reúnes vários saberes, pode contribuir com a elevação da qualidade da saúde coletiva de crianças e da população em geral.
REFERÊNCIAS
(1a)- CORFEN(Conselho Federal de Enfermagem), Resolução 358/2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. (http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html. Acessado: 25/04/2015).
(1b) - LEOPARDI, Maria Tereza. Teoria e Método em Assistência de Enfermagem. 2.ed.rev.ampl. Florianópolis: Ed. Soldasoft, 2006.