USO DA ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA NA PESQUISA DE CAMPO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

JÉSSICA NAIANE GAMA DA SILVA

Co-autores: JÉSSICA NAIANE GAMA DA SILVA, VERA LÚCIA MENDES DE PAULA PESSOA, YASMIM NERI PINHEIRO, RAQUEL SAMPAIO FLORÊNCIO e CAMILA MILAGROS GÓMEZ LIMA
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

Introdução

A entrevista é uma das ferramentas mais utilizadas na pesquisa de campo. Para Boni e Quaresma (2005, p.70) "A entrevista como coleta de dados sobre um determinado tema científico é a técnica mais utilizada no processo de trabalho de campo. Através dela, os pesquisadores buscam obter informações, ou seja, coletar dados objetivos e subjetivos". Existem três tipos de entrevista: a entrevista estruturada ou fechada, a não estruturada ou aberta e a semi-estruturada ou semi-aberta. Sendo a ultima escolhida para ser utilizada no estudo por favorecer uma maior compreensão, explicação e descrição dos fenômenos. Além disso, permite que o pesquisador se mantenha atuante no processo de coleta de dados.

Objetivo

Descrever a experiência do uso da entrevista semi-estruturada por estudantes de graduação em enfermagem em pesquisa de campo em um hospital terciário.

Metodologia

Trata-se de um relato de experiência vivenciado por quatro discentes do sexto e sétimo semestres do Curso de Graduação em Enfermagem da UECE, participantes do Grupo de Pesquisa em Epidemiologia, Cuidado em Cronicidades e Enfermagem, GRUPECCE. No período de setembro à dezembro de 2014, o grupo foi coletar dados de um estudo sobre a condição de pacientes com cardiopatia crônica e enfermeiros em unidades de internação em um hospital especializado em doenças cardiopulmonares na cidade de Fortaleza-Ceará. Os discentes foram orientados sobre o objetivo do estudo e metodologia proposta. Coube, então, a eles, a responsabilidade pela coleta de dados, a partir das entrevistas de pacientes e enfermeiros da instituição hospitalar.

Resultados

A experiência de ter entrado em contato com os pacientes com cardiopatia crônica por meio de entrevista semi-estruturada foi engrandecedora para os acadêmicos, pois possibilitou compreender os sentimentos e as aflições vivenciadas por pessoas que possuem problemas graves e reincidentes e que, por isso, necessitam se internar constantemente. Houve a percepção de que o contato com o enfermeiro na assistência foi positivo e próximo da vida profissional, sendo este fenômeno enriquecido pelo uso da técnica da entrevista, onde as perguntas do instrumento de coleta de dados permitiram um diálogo que aproximou os alunos da realidade vivenciada pelo cardiopata crônico como também pela equipe de saúde.  Ademais, os alunos reconheceram a experiência como significativa forma de aprendizado e conhecimento em um espaço complexo e distinto da sala de aula. Como ponto negativo destacou-se a falta de tempo das enfermeiras participantes do estudo para responder às perguntas, fato justificado pelas atividades das unidades. Essa limitação resultou em entrevistas breves e sem profundidade, devido a pressa com que eram realizadas.

Conclusão

O presente relato mostrou a importância do uso de técnicas e instrumentos de coleta de dados e a inserção de alunos de graduação na pesquisa de campo como ferramenta de aprendizado fora da sala de aula. Demonstrou que a pesquisa e o uso de instrumentos de pesquisa em unidades de saúde podem ser de grande valia na vida profissional e acadêmica do estudante.

Referências

BONI, V E QUARESMA, S. J. Aprendendo a entrevistar: como fazer entrevistas em Ciências Sociais, Revista Eletrônica dos Pós Graduandos em Sociologia Política da UFSC Vol. 2 nº 1 (3), p. 68-80, janeiro-julho/2005.