INTRODUÇÃO
A tuberculose é uma das principais causas de morbimortalidade no mundo, ela é causada pela infecção do Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch. A tuberculose chegou a 9 milhões de novos casos no mundo matando cerca de 1 milhão de pessoas. No Brasil, ela aparece como a quarta doença infecciosa que mais causa mortalidade, fazendo o Brasil ficar na 16ª posição no ranking mundial, e levando ao óbito 4.577 pessoas durante o ano de 2013 (BRASIL, 2015). As crianças possuem uma série de características especiais nas quais as fazem merecer maior atenção no caso de infecção pelo M. tuberclosis, tais como idade, dificuldade de manifestar seus sinais e sintomas e consequentemente a morosidade no diagnóstico da doença. A partir desse pressuposto, apareceu a seguinte pergunta "Quais fatores dificultam no diagnóstico ou identificação da tuberculose infantil?"
OBJETIVO
Revisar a literatura científica acerca da tuberculose infantil e detectar possíveis fatores que dificultam o diagnóstico ou identificação da mesma.
METODOLOGIA
Estudo descritivo, de caráter bibliográfico, do tipo revisão integrativa, realizado durante o período de março a abril de 2015. Foram usados os descritores tuberculose, tuberculose infantil, criança, saúde da criança de modo integrado na base de dados da biblioteca da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), ou seja, que contemplassem artigos da SCIELO, LILACS e MEDLINE. Esses descritores foram cruzados de maneiras diferentes de forma que se enquadrassem com as perspectivas dos autores. Dentre os critérios de inclusão estavam o idioma português, período da pesquisa após 2010 e que abordassem o tema saúde da criança. Foram excluídos os artigos que abordavam a temática da saúde do adulto e que não estivessem dentro da proposta do estudo. Além disso, foram adicionados estudos publicados pelo Governo Federal que estejam dentro dos mesmos critérios. Foram lidos os títulos e resumos dos artigos e os que estavam de acordo com o intuito do trabalho foram selecionados para leitura e discussão, resultando em 8 artigos e 2 publicações do governo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ainda se veem poucos estudos em relação a tuberculose infantil, apenas são encontradas algumas recomendações vistas em publicações da atenção básica. Tal doença, na fase adulta, ainda está ligada a baixa condições financeiras, falta de saneamento básico e coinfecção por HIV/AIDS (BARBOSA, COSTA, 2012). A literatura expõe uma série de fatores que podem ser relacionados a tuberculose infantil; dentre eles pode-se citar resistência dos pais a vacinação de seus filhos e, como consequência, a falta da vacinação BCG. Interessante ressaltar que a tuberculose infantil possui como característica que em parte dos casos ela é abasilífera, ou seja, o número de bactérias nas lesões indica não haver doença, além disso, o resultado do teste de escarro é dificultado pela criança ser incapaz de expectorar como um adulto (SANT'ANNA, 2012). Os achados clínicos mais comuns são febre moderada no período vespertino, tosse e perda de peso, já a hemoptíase é rara (BRASIL, 2011). Ela é normalmente é diagnosticada após uma pneumonia não tratada por antibióticos comuns.
CONCLUSÃO
Pode ser visto que a tuberculose infantil possui alguns fatores relacionados ao mesmo agravo em adultos, mas também há algumas peculiaridades como a ausência de hemoptíase, sendo rara a sua aparição, assim a tuberculose infantil assume características específicas, com sintomatologia diferenciada do adulto acometido. Ela ainda traz grandes obstáculos como identificação da doença através de sinais, sintomas e a interpretação de exames laboratoriais. Pode-se fazer duas recomendações a respeito dessa enfermidade; a primeira é que o número de estudos nessa área seja aumentado, pois ainda há questões que geram incertezas em profissionais da saúde; o segundo é que as equipes de saúde sejam treinadas para detectar essa doença em estágios iniciais, podendo gerar, assim, melhor prognóstico para crianças infectadas.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico 2015 - Detectar, tratar e curar: desafios e estratégias frente â tuberculose. Secretaria de Vigilância em Saúde, vol. 46, n. 09, pp. 01-19. Brasília. 2015.
BRASIL, Ministério da Saúde. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil. Secretaria de Vigilância em Saúde. Brasília. 2011.
SANT'ANNA, C.C., Diagnóstico da Tuberculose na Infância e na Adolescência. Pulmão RJ, vol. 21, n. 01, pp. 60-64, Rio de Janeiro. 2012.
BARBOSA, I.R.; COSTA, I.C.C. A Emergência da Co-Infecção tuberculose-HIV no Brasil. Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, vol. 8, n. 15, pp. 232-244, 2012.