As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) representam um dos principais desafios da saúde pública mundial, sendo responsáveis por 74% das mortes no mundo. No Ceará, essas doenças constituem mais da metade dos óbitos, com destaque para o diabetes mellitus (DM) e as doenças hipertensivas. O presente estudo tem como objetivo analisar o perfil da mortalidade por essas comorbidades no estado de 2013 a 2023. Trata-se de estudo ecológico de série temporal, com dados secundários do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os resultados apontam 49.393 óbitos, sendo 24.891 por DM e 24.502 por doenças hipertensivas. Observou-se maior incidência entre o público feminino, indivíduos pardos, idosos e pessoas com baixa escolaridade. As taxas de mortalidade mantiveram-se relativamente estáveis, com variações pontuais, sendo identificada redução na mortalidade por doenças hipertensivas até 2017, seguida de aumento a partir de 2018. O pico de óbitos em 2020 pode estar associado à pandemia COVID-19. Os resultados reforçam a necessidade de políticas públicas que reduzam as desigualdades no acesso à saúde e promovam estratégias de prevenção e controle dessas enfermidades.