Introdução: Dentro do escopo de agravos que evoluem com a mortalidade que vêm ganhando gradativo destaque na influência do componente ambiental, em curso de evolução do processo de adoecimento, temos a insuficiência cardíaca (IC) como uma condição que se relaciona ao declínio gradativo do condicionamento cardíaco e é influenciado por diversos fatores que se relacionam ao ser humano, inclusive questões climáticas. Objetivo: Analisar variáveis climáticas e a mortalidade por insuficiência cardíaca (IC) no estado do Ceará, no período de 2003 a 2021. Método: Estudo epidemiológico de dados agregados com base em indicadores de clima e de saúde disponíveis no DATASUS e do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) para o estado do Ceará no período de 2003 a 2021. Foram criadas linhas de tendência para cada uma das variáveis ao longo do tempo, utilizando o ano como eixo temporal. As variáveis foram correlacionadas entre si com taxas de mortalidade e internação por IC pelo teste de correlação de Spearman, seguida de regressão linear múltipla. Resultados: Nenhuma das variáveis independentes apresentou relação estatisticamente significativa com a taxa de mortalidade por insuficiência cardíaca. Nenhum dos fatores considerados no modelo demonstrou influência significativa sobre a taxa de mortalidade por insuficiência cardíaca, o que indica que outros fatores, não capturados por essas variáveis, podem ser mais determinantes para explicar a mortalidade por IC neste contexto. Conclusão: Pensar na IC no contexto da saúde ambiental amplia a visão sobre como o meio influencia no curso do adoecimento, que por vezes é negligenciada na avaliação clínicas desses sujeitos.