A presente proposta de pesquisa objetiva investigar o mundo popular e dialetal dos excluídos na obra de Pier Paolo Pasolini (1922 - 1975). Pasolini representou no seu primeiro romance Ragazzi di Vita (1955) e na sua primeira obra cinematográfica Accattone (1961) o mundo de excluídos e esquecidos até aquele momento pelos cartórios e ciências humanas, como os seus costumes, seus modos de vida e o dialeto próprio da periferia romana da década 50'. Pasolini retrata nessas obras uma cultura única que trazia consigo uma tradição antiga. A cultura do mundo popular que expressavam determinadas formas de realidade histórico-social criadas e reconhecidas, pelo o povo compreendido aqui aqueles indivíduos oriundos do mundo campesino e que em Roma habitavam nas borgata. Essa tradição se fazia presente não somente pelos seus hábitos e modos de vida das pessoas, mas também pelo uso de um dialeto, maneira pela qual o autor demonstra a diferença entre "os mundos" da burguesia e dos excluídos. A Itália, do período representado, passa por um momento de transformações econômicas. Tais transformações afetam o modo de vida, a cultura e o dialeto, tende a destruir aquilo que Pasolini identificou como mundo popular. Nessas obras Pasolini faz uma defesa dos dialetos e alerta para os riscos da perda lenta dos dialetos populares, em virtude da modernização desse período da Itália e a desvalorização da cultura popular. A denúncia que Pasolini realiza em sua obra, vem no sentido de que todas as formas de cultura popular, hábitos, costumes e dialetos, tendem a sofrer uma padronização cultural, em virtude do novo modelo cultural do capitalismo.