Nos anos 70, nos jornais de Fortaleza, tornaram-se frequentes anúncios de cursos de formação e tratamentos psicológicos para os problemas da adolescência. A necessidade de criar esse tipo de serviço para auxiliar os pais e o estado no controle dos jovens já vinha sendo discutido nas duas décadas anteriores em âmbito nacional. Tratava-se de um processo de psicologização da família e dos indivíduos, observado, por exemplo, nas teorias construídas para compreender o transvio juvenil. Nessa apresentação, discutirei a emergência de um tipo de saber médico que buscava diagnosticar e prescrever soluções para práticas juvenis consideradas antissociais e delinquentes.