A JOVEM GUARDA E A JUVENTUDE: CRÍTICA E TRANSGRESSÃO NOS ANOS DE CHUMBO NO BRASIL (1964-1985)

LUCIANA LIMA FERNANDES

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

Durante o período da ditadura civil-militar no Brasil, mais especificamente nos anos em que vigorou o AI-5 (1968 - 1978), a produção artístico-musical brasileira foi bastante profícua. Muitos grupos de cantores tinham posicionamentos bem claros contra o governo, como Chico Buarque, Geraldo Vandré e outros que formavam a chamada Geração de 68. Em contrapartida, havia os artistas que supostamente não se interessavam pela política e eram julgados como alienados, como foram os rapazes e moças da Jovem Guarda. Tentando resgatar a cultura popular e alertar o povo sobre a opressão da ditadura, o primeiro grupo não fez grande sucesso, pelo menos em termos numéricos, embora hoje sejam lembrados como a voz da resistência e do engajamento do período. O segundo grupo, junto com outros cantores de música romântica ou dita "cafona", foi quem se configurou como ídolos na nação e, sobretudo, dos jovens. Mas eles não eram alienados nem alienantes, muito pelo contrário: foram transgressores moral e politicamente. Nomes como Roberto e Erasmo Carlos fizeram parte desse grupo e a partir de suas músicas e de suas trajetórias artísticas e pessoais busca-se pensar os motivos desse "esquecimento" (apesar de serem cantores de sucesso atualmente, embora com outra imagem vinculada às suas figuras), as várias formas de crítica e transgressão que fizeram e de que forma influenciaram e tentaram transformar a juventude das décadas de 1960 e 1970.