A Gazeta de Sergipe (GS) ficou na memória da sociedade sergipana por ser um jornal combativo, no sentido de anunciar em suas páginas os casos de corrupção, desvios de verbas e enriquecimento ilícito dos políticos. Com a instauração do golpe civil-militar em 1964, alguns periódicos tiveram sua liberdade cerceada, sendo alvo da censura ou auto-censura, com a GS não foi diferente, no entanto, a mesma continuou a denunciar as mazelas políticas sergipanas. Com isso, em 1969 um grupo se organiza para "amedrontar" os funcionários e o proprietário do jornal, pichando o muro com inscrições "fogo na gazeta", após alguns dias a sede da redação sofre um atentado e perde algumas de suas máquinas. Essa pesquisa se propõe assim, a analisar o episódio supracitado utilizando-se de notícias veiculadas pelo jornal dias após o ocorrido, em 15 de janeiro de 1969, contando também com depoimentos de três ex-jornalistas: Luiz Antonio Barreto, Clara Porto e Paulo Brandão. Essa pesquisa surgiu a partir do Trabalho de Conclusão do Curso de História "As intermitências da Gazeta de Sergipe durante a Ditadura Militar: Ou publica, ou fecha", tendo como principal fonte os depoimentos orais, notícias e editoriais decorrentes do periódico analisado entre os anos de 1964-1969.