EU PREFIRO AS CURVAS DA MEMORIA: UMA ANALISE DE NARRATIVAS DE FÃS-COLECIONADORES DO "REI" ROBERTO CARLOS

EDMILSON ALVES MAIA JUNIOR

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

HISTORIA, MEMORIA E ORALIDADE

TRABALHO: EU PREFIRO AS CURVAS DA MEMÓRIA: UMA ANALISE DE NARRATIVAS DE FÃS-COLECIONADORES DE ROBERTO CARLOS.

EDMILSON ALVES MAIA JUNIOR - edmilsonjunior@ibest.com.br

 

Na minha pesquisa de doutorado investigo memórias concebidas por fãs que 'militam"  a favor da figura do "Rei" Roberto Carlos a partir da montagem de coleções sobre o artista. Analiso entrevistas que fiz com alguns fãs representativos em relação ao reconhecimento por parte do artista, da mídia e da propria rede de colecionadores existentes. Discutirei na comunicação algumas conversas com fãs que há decadas juntam materiais (discos, fotos, filmes,programas, jornais, revistas etc) e criaram "memórias militantes" sobre o artista através de coleções, sites ou acervos. Reflito como estes colecionadores realizaram leituras singulares do periodo de 1959-2009 (os 50 anos de carreira de Roberto Carlos - com destaque para a análise do periodo da ditadura de 1964-1985) e sobre o papel do artista nas suas historias de vida e como viveram representações sobre seu "rei". Debato, a partir de suas leituras sobre o periodo, como os fãs estabeleceram criterios e usos para as suas coleções, e portanto, para o manejo politico das memorias e a recriação\mobilização de um imaginario sobre Roberto Carlos. Estudo como e porque algumas dessas memorias foram elaboradas e procuro perceber como os fãs geraram elaborações e ampliações dos significados da obra do artista. Com a interpretação dessas narrativas temos a possibilidade de debater como recriaram seu lugar de fãs e como teceram falas que organizam a centralidade da figura do artista em suas vidas. Cada fã conta como se ligou ao cantor, suas semelhanças e idiossincrasias em relação a outros fãs, o peso, para eles, de certas canções e posturas do artista. Nas conversas de horas com os colecionadores els narram suas peripecias em shows, suas dificuldades e alegrias ao longo dos anos em montarem suas coleções, seus contatos com o cantor, como o conseguiram, as varias formas de reverenciar a memória de Roberto Carlos, contam pontos e fatos principais da carreira do artista se apresentando como legitimos memorialistas dos marcos de sua vida e obra.Nas falas dos fãs temos como entendem, sentem e participam dessa teia de lembranças sobre o artista e suas visões sobre o papel do artsita no mundo. Observamos como os fãs viveram e representaram as relações entre Industria Cultural e Sociedade especificamente no periodo da modernização conservadora engendrada no seio da ditadura de 1964-1985. Os  "narradores-colecionadores" são vistos, ouvidos e estudados como protagonistas na vivencia  do mito do "Rei" Roberto Carlos, com seus valores e simbolos, na Historia do Brasil.