Os acervos históricos do Ceará têm congregado, nos últimos anos, pesquisadores de diversas áreas de estudo, como da História, Biblioteconomia, Ciências Sociais, Geografia, Arquitetura, Filologia, Linguística, dentre outras. O crescente interesse pelos acervos cearenses tem se dado em razão do empreendimento de ações por parte de grupos de pesquisa, como, por exemplo, do grupo PRAETECE (Práticas de edição de textos do Ceará), que objetiva preservar documentos que circularam no Ceará nos períodos colonial e imperial da história do Brasil. Dentre as ações empreendidas pelo PRAETECE, conta-se, especialmente, com o trabalho de edição textual de manuscritos antigos, que tem se mostrado o ponto de partida para a realização de pesquisas interdisciplinares que envolvem documentos de arquivo, tendo em vista a dificuldade de leitura enfrentada pelo pesquisador ao se deparar com textos produzidos entre os séculos XVII e XIX. Neste trabalho, tratamos da prática de edição textual, discorrendo sobre alguns dos tipos de edição (diplomática, semidiplomática e interpretativa), sobre o grau de mediação do editor no momento da edição, sobre as normas de edição textual predominantemente adotadas no Brasil, sobre as espécies documentais que têm sido contempladas em maior medida pelo trabalho de edição, em âmbito nacional e estadual, e sobre a edição textual como uma prática preservacionista da memória e cultura de sociedades antigas.