AS MEMÓRIAS E IMAGENS DIVULGADAS PELO INSTITUTO DO CEARÁ SOBRE A "CICERÓPOLES" CEARENSE (1911-1950)
Assis Daniel Gomes
Bolsista PIBIC-URCA
Historiaassis47@yahoo.com
Eixo temático: História, memória e oralidade
Em 1887 na Província do Ceará se fundou o "Instituto Histórico, Geográfico e Antropológico do Ceará". Ele tinha como sede a cidade de Fortaleza e sua finalidade era "tornar conhecidas a História e a Geographia da Provincia e concorrer para o desenvolvimento das lettras e sciencias" (REVISTA DO INSTITUTO DO CEARÁ, n.I, 1887, p.09). Sendo, por isso, o seu local de jurisdição toda a "província do Ceará", o Instituto do Ceará era composto de "doze sócios effetivos e número indeterminado de sócios correspondentes" (idem). Segundo Oliveira, a criação desse órgão para o estado era de fundamental importância para perceber a identidade regional, como também um lugar de discussões e ações em prol de uma "modernidade baseada nos valores modernos de civilização e progresso" (2001, p.12). Pretendemos, neste artigo, analisar as construções de imagens e memórias sobre o urbano juazeirense feitas por essa entidade nos anos de 1911, ano da emancipação política da cidade do Padre Cícero, a 1950, essa época foi um tempo privilegiado de mudanças dentro da produção intelectual caririense com a fundação do Instituto Cultural do Cariri (1953), como também a reformulação do estatuto do Instituto do Ceará, que ocorreu efetivamente em 1955. Para isso, caminharemos pela seguinte via: 1- verificamos a construção de discursos sobre Juazeiro do Norte produzidos pelo Instituto do Ceará; 2- analisamos as imagens e memórias sobre a história da cidade propagadas por esse órgão. Portanto, a construção de algumas reflexões sobre a história de Juazeiro do Norte, para eles, ainda tocavam em questões do presente, imediata em suas relações religiosas e sociais, imbuídas de um forte discurso político. Por isso, esses intelectuais procuravam um lugar que possibilitasse o equilibro, o não deslumbramento pelas "paixões" contidas no grupo dos "opositores" e dos "bajuladores". Para a realização dessa empreitada, elegeram como principais ferramentas na feitura de seus textos suas próprias memórias. Procurando, enfim, expor os seus resultados "sem juízo moral".