O presente trabalho tem como objetivo discutir a construção e o funcionamento dos espaços de Saúde Pública na cidade de Fortaleza no período Imperial, especificamente, a Casa de Caridade e o Hospital de Misericórdia de Fortaleza (1861). A pesquisa compreende que as doenças além de orientarem a criação dos espaços de saúde pública (BASTOS, 1997), norteiam a disciplinarização dos corpos (FOUCAULT, 1979; 1984), a relação dos enfermos com as doenças (DINIZ, 1997) e as teorias e práticas médicas (GARCIA, 2006); (SAMPAIO, 2001). Dessa forma, os espaços de caráter hospitalar, existentes na província, convêm para o processo de legitimação da prática médica e, consequentemente, para a (re)construção das doenças a partir das experiências durante as epidemias de Febre Amarela e Cólera, já que diagnósticos e tratamentos são discutidos entre os escapulários. Para compreensão das disputas pelos espaços de cura e pela construção dos saberes médicos analisa-se o seguinte suporte documental: Correspondências Médicas (Arquivo Público do Estado do Ceará), Correspondências do Hospital da Santa Casa de Misericórdia (Arquivo Público do Estado do Ceará), Atas da Santa Casa de Misericórdia (Arquivo do Hospital da Santa Casa de Misericórdia), Estatuto da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza (Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel-Ce), Relatórios dos Presidentes da Província do Ceará (Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel-Ce) e os Periódicos: O Cearense e Pedro II (Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel-Ce) e Lanceta Médica (Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro).