No começo do século XX existiu um forte anseio de alguns profissionais da saúde, principalmente, os médicos de construir uma associação em Fortaleza que impulsionassem e atendessem aos seus ideais e interesses. Assim, o médico Manuel Duarte Pimentel reunindo-se no dia 20 de fevereiro de 1913 na residência do Dr. Manoel Teófilo Gaspar de Oliveira, na rua General Sampaio nº 78 juntamente com farmacêuticos e outros médicos, fundaram a Associação Médica e Farmacêutica. Posteriormente, passou a ser chamada de Centro Médico Cearense e contou também com a participação dos dentistas. A formação do Centro Médico Cearense permitiu aos médicos cearenses e aos demais profissionais da saúde como, farmacêuticos e dentistas, a chance de ocuparem um espaço mais visível e ativo na cidade e a divulgação de seus trabalhos e pesquisas nos demais estados brasileiros, através das publicações da revista Ceará Médico. O Centro Médico Cearense teve duas importantes fases: a 1ª fase entre os anos de 1913 a 1919 e a 2ª fase nos anos de 1928 a 1979. Costuma-se fazer essa divisão devido ao período de suspensão da publicação de sua revista entre os anos de 1919 a 1927 e, também, a possível parada das atividades dessa associação nesse momento. Na segunda fase essa se manteve em funcionamento até os anos 70 e, a partir dos anos 80, passou a ser chamada como Associação Médica Cearense e sua revista "Ceará Médico" somente funcionou até o ano de 1963. Dentre as questões principais analisadas nesse estudo estão: a atuação dos médicos nas ações de melhoramento da salubridade e a busca por um espaço de trabalho mais efetivo no campo da saúde pública em Fortaleza. Muitas pesquisas necessitam ser feitas para se tentar entender esse processo de transformações que a cidade passou no campo da saúde pública e da medicina do começo do século XX. E é através da análise do Centro Médico Cearense que será possível observer como os médicos cearenses tiveram uma maior visibilidade a partir da criação dessa associação em Fortaleza.