A FORÇA DO ARGUMENTO IMPRESSO: IMPRENSA LIBERTÁRIA E AS ESTRATÉGIAS DE LEITURA.

ALLYSON BRUNO VIANA

Co-autores: ALLYSON BRUNO VIANA
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

A força do argumento impresso: imprensa libertária e as estratégias de leitura.

 

Allyson Bruno Viana

allysonbruno@hotmail.com

Eixo temático: Mundos do Trabalho: Classe, Cultura e Trabalho na História.

 

A leitura tem centralidade na auto-formação dos militantes libertários. Entre as estratégias de difusão das ideias e práticas acrátas, atravessando épocas e conjunturas diversas, repousou nos livros, muitas vezes, estímulo e substrato para a busca de uma nova maneira de compreender o mundo ao redor, de questionar as organizações sociais vigentes e pugnar pela transformação baseada nos príncipios libertários. Ao se retomar, com o ocaso do Estado Novo, a propaganda pública do socialismo de extração libertária por meio de jornais específicos entre os anos 1940 e 1960, frente à necessidade de suprir a carência de literatura libertária em circulação, tais periódicos tornaram-se o ponto avançado da difusão desse argumento impresso, publicando, resenhando obras, traduzindo, anunciando à venda, tornando possível, enfim, a formação de uma cultura literária própria. Na pesquisa em jornais como Remodelações (Rio de Janeiro, 1945-1947), Ação Direta (Rio de Janeiro, 1946-1959), A Plebe (São Paulo, 1947-1951), O Libertário (São Paulo, 1960-1964), Dealbar (São Paulo, 1965-1968) e O Protesto (Porto Alegre, 1967-1968) buscamos recompor traços do projeto de difusão de um "saber que redime", no qual a instrução suplanta o mero sentido de educação formal e se volta para a formação de homens e mulheres capazes de conceber uma organização social outra em que valores como a solidariedade, a igualdade, a justiça, o apoio-mútuo e a autonomia pudessem ser vividos como um compromisso ético.