O presente trabalho tem por objetivo discutir a atuação da medicina na Província da Parahyba entre as décadas de 1850 a 1860, período em que ocorreram casos de Varíola, e surtos epidêmicos de Febre Amarela e Cólera. Essas doenças impulsionaram uma série de medidas médicas e governamentais pró-higienistas na província, e acabaram por traçar um perfil de sociedade pautada no ideal de progresso científico/acadêmico e biopolítico, próprio do século XIX. Observamos, a partir de uam documentação da Santa Casa da Misericórdia, dos Relatórios dos presidentes de Província e de Jornais, como o discurso da medicina repudiava práticas de cura consideradas alternativas e que eram exercidas pelos chamados "práticos", pessoas que exerciam a arte de curar e que não possuiam, em alguns casos, formação acadêmica.