Propomos uma reflexão acerca dos usos e apropriações dos espaços públicos urbanos, especificamente, de edifícios construídos pelo Banco do Nordeste S.A na década de 1970, nas cidades de Juazeiro do Norte, Ceará e Sousa na Paraíba. Os dois prédios foram construídos para abrigar agências bancárias dentro do contexto da política desenvolvimentista do "Milagre Econômico" que vigorou durante o governo militar. Contudo, nas décadas iniciais do século XXI, diante da nova política do governo federal que buscava inclusive a ampliação das ações culturais, essas edificações foram transformadas e passaram também a ser utilizadas como espaços culturais, a partir de uma mudança paradigmática da concepção de cultura, que se inseriu como uma vertente na política de desenvolvimento do Banco do Nordeste. A partir da ação desses centros culturais nessas cidades do interior do Nordeste, propomos uma reflexão acerca da cidade como construção histórica e síntese social (Milton Santos) a partir da resignificação de seu patrimônio edificado, sua relação com o entorno (comunidade) nas construção ou não de identidades, ocasionadas pela atuação de projetos político-sociais dominantes, o que se expressa na forma de uso e apropriações destes espaços e os novos simbolismos que isso acarreta.