ST 03 - O ESPAÇO DA MULHER SE AMPLIA A CADA MOMENTO : UMA REFLEXÃO DA (RE)INVENÇÃO DA CANTORIA A PARTIR DA TRAJETÓRIA DE MOCINHA DE PASSIRA.”

INGRID MONTEIRO PINHEIRO

Co-autores: INGRID MONTEIRO PINHEIRO
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

ST-03: "O espaço da mulher se amplia a cada momento[1]: uma reflexão da (re)invenção da cantoria a partir da trajetória de Mocinha de Passira."

 

 Ingrid Monteiro Pinheiro

 

A cantoria de repente, mais popular no Nordeste brasileiro, configura-se em uma arte poética externada de maneira performática pelos cantadores através da música. Neste contexto, cantadores/cantadoras são os sujeitos socio-históricos responsáveis pela realização da arte da cantoria, que encontra-se imersa em um espaço androcêntrico (NOBREGA, 2015), pois quando observa-se a perspectiva estrutural da cantoria concretizada por seu sistema; cantador, apologista e público (RAMALHO,2002), a presença feminina se percebe em maior quantidade no público apenas como receptoras da performance dos cantadores (ZUMTHOR,2007). Refletindo a partir desta problemática,  destaca-se aqui a importância do estudo das diversas formas de atuação feminina em sociedade, tão relevante quanto a masculina (DAVIS, 1990) e no caso abordado nesta pesquisa o sujeito sócio-histórico está na posição de produtora de cultura, performista e não somente público, receptora.   Na presente pesquisa, o objetivo de realizar uma reflexão a respeito da (re)invenção da cantoria a partir do conjunto de acontecimentos que embasam a vida de Mocinha de Passira (BORN, 2001) se faz presente. Nossa personagem é uma cantadora nascida no município de Passira em Pernambuco e que se reconhece até o momento como a única cantadora mulher a viver exclusivamente da profissão de repentista. Se estudará neste trabalho o papel desta artista quanto à manutenção e (re)invenção da tradição por meio de recursos da história oral como entrevista e esboço biográfico realizado a partir da mesma e análise dos versos produzidos por Mocinha de Passira.

 

Palavras - chaves: Cantoria, cantadora, trajetória.

 

BIBLIOGRAFIA:

 

BORN, Claudia. Gênero, trajetória de vida e biografia: desafios metodológicos e resultados empíricos. In: Sociológicas. Porto Alegre, ano 3, Nº 3, jan/jun 2001, p. 240-265.

DAVIS, Natalie Zemon. Culturas do povo: sociedade e cultura no início da França moderna. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.

NOBREGA, Marcelo Vieira da. SANTOS, Edmilson Ferreira dos. MELO, Beliza Áurea de Arruda. (De) quem é esse corpo que fala?A performance do ser mulher e repentista no espaço androcêntrico da cantoria. XI Colóquio nacional representações de gênero e sexualidades. Campina Grande - PB, junho de 2015.

RAMALHO, Elba Braga. Cantoria Nordestina: pensando uma estética da cultura oral. Actas del IV Congresso Latinoamericano de la Associación Internacional par el Estudio de la Música Popular. IASPM/LA., Ciudad de México, 2002. Disponível em:<http://www.iaspmal.net/anais/mexico2002/pdfs/>. Acesso em: 01/02/2016

ZUMTHOR, Paul. Performance, recepção e leitura. São Paulo: Cosac Naify, 2007.

 

 

 

 

 


[1] Frase retirada de verso produzido por Mocinha de Passira em seu cd mulheres no repente(1999) em parceria com a repentista Minervina Ferreira.