A presente apresentação baseia-se em reflexões voltadas para a apreensão historicizada do ensino de História da África no Brasil, no âmbito da vigência da Lei 10639/03 (2003-2016). A ideia é de fazer dialogar instâncias relacionadas às dimensões pessoais da uma pratica docente (UFC - Universidade Federal do Ceará, Estado do Ceará) e ao contexto nacional desta experiência, para produzir as premissas de uma análise situada (13 anos depois da Lei 10639/03) sobre as condições, os sentidos, os limites, os desafios e as expectativas que me parecem caracterizar o momento atual da prática de ensino em história da África. Em foco, a avaliação da capacidade transformativa da Educação do ponto de vista de uma nova percepção do processo de formação social brasileiro baseada na compreensão da abrangência dos processos envolvidos na relação histórica e orgânica com o continente africano. Em jogo, no desenvolvimento de novos olhares sobre a história dos povos africanos e afro-brasileiros, a possibilidade de novas consciências de si e dos outros, do Brasil, da negritude e da afrodescendência e, talvez, a perspectiva de novos horizontes na luta pela superação do problema central e estrutural na trajetória histórica e no presente da sociedade brasileira, constituído pelo racismo e pela desigualdade social marcada pelo critério étnico-racial.