Ao fortalecer a executiva e introduzir a fidelidade partidária, o governo Médici alterou as relações de poder nas seções partidários regionais em benefício dos governadores. A escolha de governadores com pouca ou sem experiência partidária levou, devido à desconsideração de deputados ou à tentativa de criar a própria base partidária a conflitos com políticos tradicionais. Foram examinadas estratégias nestes conflitos a partir das disputas entre o governador da Bahia, eleito indiretamente em 1970, Antonio Carlos Magalhães, num lado, e o seu padrinho político Juraçy Magalhães, no outro lado, a partir das correspondências de Juracy Magalhães que mostram as tentativas de cooptação, intimidação e perseguição dos seguidores do filho Jutahy Magalhães, bem como as diferentes estratégias para reagir à pressão, como um tipo de "exílio interno", oposição pública cautelosa e a procura de aliados para influenciar o presidente da ARENA e o presidente Médici, chegando até a denunciar o governador no SNI. Significava a decisão a favor dos governadores hierarquizando o partido uma derrota dos opositores, abria a concentração da decisão sucessória regional em Brasília a possibilidade para os opositores internos a virar o jogo recorrendo à instância superior desconsiderando o controle dos governadores sobre o partido regional.