Objetivamos analisar a dança do Coco realizada por mulheres no Cariri cearense no período de 1979 a 2012. O Coco é uma prática das culturas populares de origem afro-indígena que se constitui a partir de uma íntima ligação entre dança, música e poesia, podendo ser encontrada no Nordeste brasileiro. No local de estudo, através de trabalho de campo e da realização de entrevistas, revelou-se que esta prática vem sendo retomada por mulheres desde 1979 em um contexto marcado por políticas públicas culturais, o que culminou na espetacularização desta tradição, produzindo um Coco para ser visto, estruturado como uma apresentação/representação de uma cultura. Assim, emergem diversas problemáticas a serem discutidas e que afetam às culturas populares no mungo globalizado, no caso específico identificamos, por exemplo, a desritualização e a desterritorialização da prática pelo seu deslocamento do rural ao urbano, dos terreiros aos palcos. Entretanto, as experiências dançantes das coquistas, também, revelam a dinamicidade das culturas e os seus movimentos de ressignificação e de reinvenção.