A pesquisa aqui apresentada reflete sobre a inserção da elite de Fortaleza no Processo Civilizador Capitalista através do consumo de objetos domésticos importados na capital durante o final do século XIX (1871-1893). É analisando as relações comerciais (compra e venda de mobílias), seja através de leilões ou em relação direta com as casas estrangeiras, que procuramos entender até que ponto os produtos comercializados modificaram o estilo de vida da população. Entender como ocorria o consumo e o desejo de adquirir determinados artigos são questionamentos que perpetuam esse trabalho. A principal fonte utilizada são os jornais do período em foco que publicavam as vendas dos artefatos (seja anúncios de estabelecimentos comerciais ou divulgação de leilões) e arquivos pessoais de algumas casas comerciais (em especial a Casa Boris Fréres) que nos mostram as transações da época. Com intuito de refletirmos sobre civilização, capitalismo, consumo e cultura material utilizaremos os seguintes conceitos: Processo Civilizador (Norbert Elias), Capitalismo (Immanuel Wallerstein), Vida Material (Fernand Braudel) e Consumo (Grant McCracken). Portanto, acreditamos que os teóricos e as fontes apresentadas nos ajudam a entender como os produtos do capitalismo consumidos pela população exigiam (e exigem) novos tipos de comportamento.