Este artigo se debruçará no estudo da cultura material que diz respeito não só à materialidade das coisas, mas também aos significados construídos e reconstruídos em torno de seus usos na concretude da vida destes atores envolvidos, bem como a produção e consumo destes espaços enquanto lugares de ressignificação e reprodução de uma prática agrícola comum entre produtores rurais no Maciço de Baturité. Visa-se, logo, problematizar a relação entre a materialidade das casas de farinha e sua apropriação por seus usuários, na reconstrução do processo histórico. Mostrar isso também significa adentrar no caráter material e ao mesmo tempo cultural e mental que marcava as relações entre homens, suas técnicas e tecnologias; é encontrar na cultura material os traços da subjetividade presentes no concreto das ferramentas; é ressignificar seus usos; é trazer aos olhos da sociedade embebida de conceitos modernizantes, práticas de um passado não muito distante que nos ajudará a conhecer melhor como era a vida dos produtores de farinha na região do Maciço de Baturié no período em questão.