A cidade enquanto objeto de reflexão permite perceber em seus vários territórios a presença de representações/espaços criados a partir dos desejos e necessidades de seus ocupantes que, ao longo do tempo, vão se conectando às diferentes formas da malha urbana. Partindo dessa percepção o presente trabalho tenciona adentrar o campo da sensibilidade e historicizar essa prática no contexto urbano de Quixadá, tomando como objeto de análise um espaço conhecido como Sítio da Índia, criado pelo poeta Alberto Porfírio da Silva (1926-2009). No Sítio, as rochas, marcante elemento paisagístico local, foram usadas como suporte para suas esculturas de santos, personalidades, orações e poemas presentes também em sua obra poética, nos hábitos, costumes e práticas religiosas da população. Essa apropriação social da paisagem natural, está presente em vários pontos da cidade, em monumentos como a Pedra do Cruzeiro, o Chalé da Pedra, assim como o conjunto paisagístico que faz parte do Açude do Cedro, construídos ao longo do processo de urbanização. Nesse estudo, o Sítio da Índia se constituí uma importante fonte por reunir elementos que permitem adentrar o imaginário do seu agente idealizador, Alberto Porfírio, como revelar o processo que envolve percepção, significação e ressignificação desse elemento natural que vem ocorrendo em Quixadá.