Os flagelos no cordel: memórias de enchente e seca (1958-1974) Autor: Antonio Helonis Borges Brandão *
O presente trabalho aborda a memória das calamidades naturais e dos flagelos sociais relatados na literatura de folhetos ou de cordel. A partir de uma abordagem da História do livro e das práticas de leitura e do conceito de apropriação, entendido como usos diferenciados e explicitados na obra de Roger Chartier, faremos uma análise dos fenômenos naturais seca e enchente, representados em uma forma e formato pretensamente "popular". O objetivo é perceber a memória das secas e das enchentes a partir da produção, circulação e consumo, sempre produtivo, e no que relata o autor em seu contexto social, aonde este texto circula e como ele é produzido e lido. Os quatro folhetos escolhidos, três que relatam a seca e um que relata a enchente, servirão de base para apresentar o objeto cultural cordel, na sua forma e formato, bem como nos seus usos diferenciados, que trazem à tona também uma memória imaterial, pretensamente "popular", que identifica e nomeia os fenômenos naturais, configurados como flagelos.
* Mestre em História Social UFC\UFRJ