Este trabalho analisa a migração cearense para a Amazônia por meio da produção literária de Euclides da Cunha e Rodolfo Teófilo. Pensar a migração por meio dos escritos destes escritores permite o estabelecimento de paralelos entre suas experiências sociais e de como significavam um conjunto de ideias que circulavam no Brasil no período. A articulação metodológica entre História e Literatura faz-se na medida em que ambas constroem um conhecimento a partir de rastros da realidade e as enfeixa em uma narrativa verossímil. O trabalho, portanto, procura dar conta das percepções em conflito, na passagem dos séculos XIX-XX, sobre a migração cearense, que podem ser qualificadas numa dicotomia entre prisão-liberdade, sendo que esta disputa procuraria expressar as consequências da migração para os indivíduos envolvidos.