O documento histórico é uma das principais bases para construção do conhecimento histórico. Por isso, é indispensável uma política de sua preservação e da democratização dessas fontes no contexto atual, tendo como base as tecnologias de informações. Trabalhando a partir desses princípios, estão sendo executados na Paraíba projetos de extensão que tem proporcionado a conservação dessa documentação por intermédio da digitalização e a sua disponibilização em plataformas digitais. Nesse sentido, a presente comunicação visa apresentar dois projetos e alguns dos seus resultados. O primeiro, iniciado em Agosto de 2013 e concluído em Julho de 2015, intitulado "EAP 627: Documentos ameaçados: digitalização de fontes secular e eclesiástica dos séculos XVII ao XIX em São João do Cariri e João Pessoa, Paraíba, Brasil", teve como objetivo salvaguardar os mais antigos documentos históricos por meio da digitalização e acondicionamento dos originais em local apropriado, criando um acervo digital com 83.402 imagens, com documentação variada, de três acervos: Paróquia Nossa Senhora dos Milagres em São João do Cariri; Instituto Histórico e Geográfico Paraibano e Arquivo Histórico Waldemar Bispo Duarte, em João Pessoa, todas no estado da Paraíba. O segundo, intitulado "EAP 853: Criando um Arquivo Digital do século XVIII e XIX de registros criminais e de notas, em Mamanguape, São João do Cariri, e João Pessoa, Paraíba, Brasil", iniciado em Agosto de 2015 e previsto para terminar em 2017, tem como meta digitalizar cerca de 100 mil imagens de documentos notariais e criminais em três acervos: Fórum Cível Desembargador Mário Moacyr Porto, João Pessoa; Fórum Nivaldo Farias Brito, São João do Cariri e Fórum Desembargador Miguel Levino Oliveira Ramos, Mamanguape, cuja meta é criar uma plataforma digital para preservar, disponibilizar (acesso livre) e socializar tais fontes manuscritas na Paraíba. Os dois projetos são executados pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com apoio da British Library e suporte técnico da Vanderbilt University. Utilizamos como recurso metodológico a fotografia, sendo utilizadas câmeras fotográficas semiprofissionais, tripés, obturadores, tabelas de cores, réguas, computadores e HD's externos para o armazenamento das imagens. As fontes paroquiais, notariais e criminais, dentre outras, ocupam hoje um espaço muito importante e rico de informações para a pesquisa histórica, permitindo entender como ocorria a dinâmica social das populações, uma vez que as variadas informações sobre as vida dos indivíduos de determinado grupo social e de diferentes temporalidades, potencializam estudos tendo como base os registros paroquiais, que são considerados fontes "democráticas", pois, quase toda a população pode ser recuperada por meio desse tipo de documentos, a exemplo da população escravizada, livre e liberta. Por fim, entendemos que a preservação de todos os tipos de fontes históricas, como as notariais, criminais e eclesiásticas, possibilitam o direito à memória, a proteção do patrimônio cultural imaterial e, assim esperamos, ampliação de pesquisas científicas que revelem a atuação dos vários sujeitos sociais presentes na sociedade brasileira.