ST 13 - O REMOVIDO, A CIDADE E A FALSA INTEGRAÇÃO: TENSÕES E CONTRADIÇÕES.

ANGERLANIA DA COSTA BARROS

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

O removido, a cidade e a falsa integração: tensões e contradições. (ST-13)

Angerlânia da Costa Barros[*]

A década de 1970, em Fortaleza, foi marcada por constantes remoções de favelas, principalmente, a partir da criação do Programa Integrado de desfavelamento, em 1972. As finalidades deste projeto eram "[...] erradicar todas as favelas existentes em Fortaleza até a década de 1980 e evitar o surgimento de novos núcleos [...]" (FORTALEZA, 1973). Muitos desses removidos foram transferidos para Conjuntos Habitacionais na periferia, motivados pelas promessas políticas de beneficiá-los com uma casa própria e de, realmente, integrá-los urbanamente.  Porém, analisando esse objetivo dito "integrador", percebemos que, na prática, ele não promove integração, ele exclui. Afinal, o maior objetivo desse programa era, com a retirada dessas zonas incômodas, (re)modelar a cidade, construir avenidas e melhorar sua paisagem. Ou seja, a proposta era afastar, integrar não, isto é, a política de desfavelamento de Fortaleza, ao contrário de seu discurso, não integrou o removido à cidade. Quando construíram conjuntos longe dos centros das cidades para receber esses excluídos, a intenção tornou-se ainda mais clara, o propósito era retirar e afastar. Desse modo, esta pesquisa discute sobre a condição sócioespacial dos removidos de favelas de Fortaleza, buscando compreender se houve integração ou exclusão desses moradores na capital cearense. Com isto, podemos refletir, além dessa questão emblemática de prática de remoção, a construção ou (re)construção do espaço urbano, através das tensões e contradições expostas nesta luta espacial e simbólica pelo direito à cidade.

Palavras-chaves: Remoção, Urbanização, Exclusão.

 

 

 

 

 


[*] Mestranda em História e Culturas (MAHIS) pela Universidade Estadual do Ceará.