Este trabalho tem por objetivo analisar as ações de controle do câncer de mama no Ceará entre as décadas de 1960 e 1980. Com base nas fontes utilizadas, os jornais O Povo e Diário do Nordeste; e as publicações médicas Revista Ceará Médico e Revista da Faculdade de Medicina da UFC, percebemos discursos, sobretudo de médicos, que apontam para o crescimento estatístico da enfermidade no estado. Contudo, tais médicos questionam este cenário, baseados na ideia de que o câncer de mama é uma doença característica da "civilização", das sociedades mais urbanizadas, industrializadas e de maior nível econômico, conformando assim um paradoxo ao contemplar-se a realidade econômica e social cearense deste período. Diante desta constatação, os médicos ligados aos serviços de câncer do estado veem-se diante de uma situação contraditória que exige solução. Assim, perceberemos a maior presença destes atores na imprensa com o intuito de conscientizar as mulheres sobre os fatores de risco da doença, bem como convidá-las a buscarem atendimento nos serviços de câncer. Nosso estudo focará nas ações desenvolvidas pelos principais serviços de atendimento ao câncer do estado, o Instituto do Câncer do Ceará e o Instituto de Prevenção do Câncer do Ceará.