Introdução: As lutas são conteúdos amplamente propostos nos currículos da educação física, valorizando esses elementos culturais como um patrimônio que deve ser (re)conhecido e desfrutado por todos(as) estudantes na educação básica. As lutas permitem aos(às) alunos(as) experimentar e expressar suas idiossincrasias, explicitando-as para si mesmos(as) e para os(as) outros(as). Embora a tematização das lutas seja proposta nos diferentes níveis de ensino, há professores(as) que não trabalham pedagogicamente esse conteúdo em suas aulas por diversos motivos, como: a associação das lutas com a violência; a falta de materiais, roupas e espaços adequados; a insegurança com relação ao tratamento da temática; poucos estudos disponíveis na área, entre outros. Objetivo: Visando desmistificar paradigmas sobre o trato das lutas na educação física escolar, este estudo busca ampliar as possibilidades de debate e do ensino dessa temática, associando-a às demandas ambientais - propostas por Sanches Neto e colaboradores(as) - históricas e geográficas, estéticas e filosóficas, sociológicas e políticas, administrativas e econômicas, virtuais, físicas e naturais. Metodologia: Este estudo corresponde a um projeto de pesquisa qualitativa em educação física escolar, de cunho descritivo e exploratório, que abrange: revisão bibliográfica sistemática sobre o tema; levantamento das propostas de sistematização das lutas como conteúdo; elaboração de uma proposta de intervenção pedagógica voltada ao ensino de lutas, que dialogue com os eixos das demandas ambientais; análise crítica da proposta por professores(as) de educação física quanto à viabilidade no contexto da educação básica; proposição de estratégias pedagógicas exequíveis ao ensino das lutas como conteúdo temático. Resultados: Há expectativa de que, ao relacionar o ensino das lutas com as demandas ambientais, o conteúdo possa ser vislumbrado de forma mais ampla pelos(as) professores(as), considerando aspectos que vão além da dimensão procedimental, considerando a integração de conceitos e atitudes, bem como a relação com saberes de diferentes áreas e elementos da cultura. A perspectiva é que essa perspectiva ampliada fomente a discussão sobre o tratamento pedagógico dessa temática no processo de aprendizagem dos(as) alunos(as); assim como o desenvolvimento de potencialidades e modos situados de compreensão e de reflexão sobre as lutas. Considerações finais: No contexto cotidiano das aulas de educação física, há entraves para que as vivências sejam significativas; então, é preciso considerar outras possibilidades de abordar a complexidade dos conteúdos, para que a prática pedagógica coadune-se à realidade e seja cada vez mais transformadora e autônoma, o que exige formação permanente de cada professor(a) como pesquisador(a).