O treinamento físico de endurance é caracterizado por ser de longa duração e de intensidade moderada ou leve, utilizando principalmente fibras de contração lenta. Com o treinamento de endurance ocorrem adaptações nas fibras musculares esqueléticas que resultamem uma melhor captação e utilização de substratos energéticos. Todavia, o treinamento de endurance pode influenciar negativamente na manutenção e no aumento da massa magra como também pode induzira diminuição da área transversa de todas as fibras musculares. O presente estudo teve como objetivo observar e comparar com os achados da literatura, as alterações nos pesosdos músculos gastrocnêmio e sóleo de ratos Wistar macho submetidos a exercício de endurance. Para o experimento foram utilizados 16 ratos Wistar machos, com oito semanas de vida. Inicialmente, todos os ratos passaram por um período adaptativo de oito semanas em esteira rolante durante 10 minutos diários e com velocidade variável de 0,4km/h a 1,1km/h, sendo incrementada 0,1km/h, a cada semana. Após o período de adaptação, foi realizado um Teste de Esforço Máximo (TEM), que consiste em manter os animais em corrida até o aparecimento de exaustão, medindo-se a velocidade e o tempo alcançado. A partir dos resultados do TEM, os animais foram divididos em dois grupos: Grupo Treinado (T4) (n=8) e Grupo Sedentário (S4) (n=8). O S4 permaneceu sedentário durante o período de cinco semanas, enquanto o T4 realizou o treinamento com a velocidade de 1,2 km/h, com variação de tempo de 30min, 1h, 2h, 3h e 4h a cada semana, respectivamente. O T4 foi sacrificado cinco dias depois do último dia de treinamento e o S4 cinco dias após completar cinco semanas na condição de sedentário. Para o sacrifício, os animais foram anestesiados com CO2 e eutanasiados por decapitação. O músculo sóleo e gastrocnêmio direitos foram coletados e pesados em balança com precisão de 0,0001g da marca BIOPRECISA® modelo FA-2104N. Os dados foram expressos por média e desvio padrão. Para análise estatística foi utilizado o software GraphPadPrism® versão 6.0, pelo teste t para amostras independentes. As diferenças foram consideradas significantes quando p<0,05. O trabalho foi aprovado sob parecer de nº12065675-2 doCEUA/UECE em 05 de Setembro de 2012. No peso do músculo gastrocnêmio direito os grupos S4 e T4 mostraram média de 2,006+0,405 g e 1,879+0,322 g, respectivamente. Já no músculo sóleo direito, no grupo S4 o peso médio foi de 0,1445+0,0294 g e no grupo T4 a média do peso foi de 0,1569+0,0448 g. Não houve diferença significativa entre os grupos em nenhum dos tecidos analisados. Com o estudo podemos observar que o treinamento de endurance não alterou o peso dos músculos sóleo e gastrocnêmio de ratos Wistar. Sabendo que as adaptações induzidas pelo treinamento de endurance são mais evidenciadas a nível molecular, como por exemplo o aumento de enzimas oxidativas, este achado não corrobora com o que já vem sido descrito na literatura. Desta forma, concluímos que o treinamento físico de endurance nesta intensidade e duração não tem influência no peso dos músculos gastrocnêmio e sóleo direitos de ratos Wistar.