CARACTERIZAÇÃO DO PADRÃO DE DISPARO DE POTENCIAIS DE AÇÃO EM NEURÔNIOS DO GÂNGLIO NODOSO DE RATOS NORMAIS E DIABÉTICOS.

NATHALIA MARIA SILVA DOS SANTOS

Co-autores: MARCUS VINICIUS NUNES-GUIMARÃES, TAYANNE SILVA-SAMPAIO, KERLY SHAMYRA DA SILVA-ALVES, FRANCISCO WALBER FERREIRA-DA-SILVA e JOSÉ HENRIQUE LEAL-CARDOSO
Tipo de Apresentação: Pôster

Resumo

O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença de alta incidência mundial, caracterizada por um quadro de hiperglicemia. A neuropatia configura-se como a complicação mais prevalente do DM, podendo acometer qualquer nervo periférico. Dentre os nervos estudados, pouca atenção é dada aos nervos autonômicos, sendo estes importantes para a modulação da atividade de diversas vísceras. O nervo vago é considerado o maior nervo autonômico do corpo e os corpos celulares de suas fibras sensoriais estão contidos no gânglio nodoso (GN). Uma vez que alterações na excitabilidade é um sintoma comum nas neuropatias, esse trabalho objetivou caracterizar alterações na excitabilidade dos neurônios do GN de animais diabéticos quantificando o padrão de disparo desses neurônios. Assim, ratos Wistar foram utilizados e separados aleatoriamente para compor o grupo controle (CONT) e o grupo diabético (STZ). Os procedimentos foram aprovados pelo CEUA-UECE sob o número 11223205-1/51 aprovado em 21/10/2011. Na 8ª semana de vida, o grupo STZ recebeu uma única injeção de estreptozotocina (60 mg/kg, via i.p) para indução do diabetes, enquanto o grupo controle recebeu solução de citrato de sódio (veículo da STZ). Após 4 semanas de exposição ao diabetes, os animais foram sacrificados, tiveram seus gânglios nodosos dissecados e fixados em uma câmara de registro. Utilizou-se a técnica do microeletrodo intracelular, modo clampeamento de corrente (Current clamp), para registro das propriedades elétricas dos neurônios do GN. Para avaliar mudanças no padrão de disparo desses neurônios, foram aplicados pulsos de 1 s de duração com amplitude de corrente duas a três vezes acima do valor limiar. As células foram classificadas de acordo com seu padrão de disparo em resposta ao pulso de longa duração em: fásica - quando respondia com um único potencial de ação; adaptativa - quando respondia com mais de um potencial de ação, mas não preenchia o pulso de 1 s; e tônica - quando todo o pulso era preenchido com vários potenciais de ação. Para o grupo CONT foram testados 36 neurônios provenientes de 6 animais, desses neurônios 47,22% (17/36) responderam de forma adaptiva, 30,55% (11/36) respodenram de forma tônica e 16,67% (06/36) responderam de forma fásica. Para o grupo STZ, observou-se que um percentual menor de neurônios (36,58% (15/41)) disparou de forma adaptativa, enquanto houve um aumento no percentual de neurônios (24,39% (10/41)) disparando fasicamente. Não foram observadas alterações no percentual de neurônios (31,70% (13/41)) que dispararam tonicamente. Os dados sugerem que ocorre uma redução na excitabilidade dos neurônios do GN de animais diabéticos.