A metformina é uma das drogas antidiabéticas orais mais comumente prescritas no mundo e deve manter essa posição apesar de inúmeros antidiabéticos orais que vêm sendo introduzidos no tratamento do Diabetes mellitus. Nos últimos anos, vários estudos também demonstraram efeitos benéficos das estatinas, dentre elas a lovastatina, sugerindo que estes fármacos podem influenciar importantes vias intercelulares envolvidas nas respostas inflamatória e fibrogênica.
Diabetes mellitus (DM) é uma doença sistêmica responsável por altos níveis de morbidade em países desenvolvidos e gradualmente está se tornando prevalente nos países em desenvolvimento. Caracteriza-se por elevados níveis de glicose no sangue devido a não-secreção de insulina ou resistência aos seus efeitos periféricos. Ambos os fatores causam distúrbios no metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas. A hiperglicemia crônica gera complicações secundárias que afetam principalmente os olhos, rins, nervos e artérias. Dessa forma, há elevado interesse clínico na busca por substâncias efetivas no tratamento do DM.
O diabetes mellitus foi induzido em Ratos Wistar (protocolo 052/2011 CEUA/UFC), machos, 200-250 g, n = 6, pela administração de aloxano, que destrói seletivamente as células beta pancreáticas, dose única de 40 mg/Kg i.v. (peniana), após leve sedação com éter. Após 48 h da administração do aloxano, os ratos com glicemia igual ou superior a 200 mg/dL foram selecionados para o experimento. Os animais diabéticos foram então divididos em grupo controle, tratado com veículo (água destilada); lovastatina nas doses de 0,5 e 2 mg/Kg; metformina nas doses de 20 e 50 mg/Kg; e as associações LOV 0,5 + METF 20 mg/Kg e LOV 2 + METF 50 mg/Kg, todos por via oral, sendo que a metformina sempre foi administrada 45 min antes da lovastatina. Seguiu-se um tratamento por 5 dias e, no final, novamente o sangue foi coletado para a análise do efeito da lovastatina e das associações sobre a glicemia. A lovastatina na dose de 2 mg/Kg, a metformina 50 mg/Kg e a associação LOV 2 + METF 50 reduziram significativamente (p < 0,001) a hiperglicemia no quinto dia de tratamento na ordem de 64,5% (441,6 ± 30,7; 156,7 ± 19,4), 71,7% (440,2 ± 17,9; 124,2 ± 28,0) e 75,8% (410,8 ± 12,3; 99,4 ± 19,4), respectivamente. O mesmo efeito não foi encontrado quando as doses foram reduzidas. O grupo tratado somente com veículo manteve a hiperglicemia (351,8 ± 30,3; 415,7 ± 10,8). O tratamento associado da lovastatina com metformina não potencializou o efeito de ambas as drogas sozinhas, sugerindo que a ação hipoglicemiante da lovastatina não está relacionada a alterações no metabolismo hepático da glicose. Apoio: CAPES e CNPq.