PROTEÍNAS DE FOLHAS DE Moringa oleifera LAMARCK REDUZ GLICEMIA E AMENIZA SINTOMATOLOGIA DO ESTADO HIPERGLICÊMICO EM CAMUNDONGOS DIABÉTICOS
Paulo Carvalho de Paula, Renalison Farias Pereira, Bella Giselly Torres Alves, Daniele de Oliveira Bezerra de Sousa, Ana Fontenele Urano Carvalho, Ilka Maria Vasconcelos
A utilização de modelos animais diabéticos tem sido útil na pesquisa biomédica no sentido de promover maior entendimento acerca da doença, bem como no estudo de novas fontes farmacológicas hipoglicemiantes. Moringa oleifera, uma planta nativa do nordeste da Índia, já foi documentada como uma fonte vegetal de compostos hipoglicemiantes. Apesar de existirem dados mostrando a existência de proteínas vegetais com ação hipoglicemiante (proteínas do tipo insulina), não há relatos da existência de proteínas desse tipo em M. oleifera. O objetivo geral deste estudo foi verificar a influência de uma fração proteica obtida de folhas de M. oleifera, denominada Mo-FPF (Mo: Moringa; FPF: fração proteica de folhas) em camundongos com diabetes quimicamente induzido. Camundongos albinos Swiss (Mus musculus), com massa corpórea entre 30 e 50 g, foram fornecidos pelo Biotério Central da UFC e mantidos em biotério de experimentação em caixas de polipropileno contendo água e ração ad libitum, sob fotoperíodo de 12 h e temperatura de 22-25 ºC. O estudo foi submetido, em 13 de agosto de 2012, à avaliação pela Comissão de Ética em Pesquisa Animal (CEPA), do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da UFC, com o protocolo de número 55/2012. Todos os procedimentos foram realizados de acordo com as diretrizes para o cuidado de animais de laboratório preconizadas por essa Comissão. A indução de diabetes foi feita com a administração intraperitoneal de aloxano, na dose de 150 mg/Kg. Camundongos que apresentaram, posteriormente, glicemias ≥ 300 mg/dL foram considerados diabéticos e utilizados nos experimentos. No teste de dose única, as doses de Mo-FPF de 300 e 500 mg/Kg, administradas intraperitonealmente, promoveram reduções glicêmicas de aproximadamente 3, 36 e 38% e de 10, 53 e 60%, nos tempos de 1, 3 e 5 h após a administração, respectivamente, com glicemias menores do que as do controle diabético (P < 0,01). Adicionalmente, o tratamento intraperitoneal diário com Mo-FPF, durante 20 dias, na dose de 500 mg/Kg, resultou em glicemias menores quando comparadas ao controle diabético, em todas as mensurações realizadas (P < 0,01). Em relação à glicemia mensurada antes da administração da primeira dose, Mo-FPF promoveu, no 4º, 7º, 10º, 13º, 16º e 20º dias de tratamento, reduções glicêmicas de 31, 50, 35, 11, 44 e 57%, respectivamente. O tratamento diário com Mo-FPF também amenizou a polidipsia e a poliúria observadas no controle diabético. Uma vez que epítopos antigênicos do tipo insulina em Mo-FPF foram reconhecidos por anticorpo anti-insulina humana, os resultados aqui discutidos revelam a possível existência de proteínas do tipo insulina em folhas de M. oleifera, indicando o potencial farmacológico de tais moléculas para o tratamento do diabetes.
Palavras-chave: Atividade hipoglicemiante; Moringa oleifera; proteínas vegetais
Suporte: FUNCAP, CNPq, CAPES and UFC