BIÓPSIA ESPLÊNICA GUIADA POR ULTRASSONOGRAFIA EM CAPRINOS

CARLOS HENRIQUE SOUSA DE MELO

Co-autores: FRANCISCO CARLOS DE SOUSA, RIBRIO IVAN TAVARES PEREIRA BATISTA, VICENTE JOSÉ DE FIGUEIRÊDO FREITAS, LUCIANA MAGALHÃES MELO e DÁRCIO ÍTALO ALVES TEIXEIRA
Tipo de Apresentação: Pôster

Resumo

A contribuição do exame histopatológico obtido através de biópsias é essencial para o estabelecimento de diagnósticos e prognósticos mais precisos, porém é necessária que estas biópsias possuam pouca invasibilidade, bem como, seja obtida uma amostra adequada para a realização do exame. Assim, o objetivo deste trabalho foi apresentar uma técnica de biópsia esplênica guiada por ultrassonografia que reconhecidamente assegure o bem estar animal. O experimento foi realizado no Laboratório de Fisiologia e Controle da Reprodução (LFCR) da Faculdade de Veterinária (FAVET) da Universidade Estadual do Ceará (UECE), em Fortaleza-CE. Este experimento foi aprovado pelo Comitê de Ética para o Uso de Animais da Universidade Estadual do Ceará (CEUA/UECE), sob o protocolo nº 12237087-2. Foram utilizados quatro machos da raça Canindé apresentando duas ou três mudas dentárias, peso corporal de 41,25 ± 0,87 Kg (média ± DP) e escore de condição corporal de 2,97 ± 0,57 (média ± DP). Para a realização de todos os procedimentos os animais foram submetidos a jejum alimentar e hídrico de 24 horas. Posteriormente submetidos a protocolo anestésico dissociativo que consistiu na administração, por via intramuscular, de 0,2 mg/kg de Cloridrato de Xilazina associado a 10 mg/kg de Cloridrato de Cetamina 5% e anestesia local infiltrativa com lidocaína 2% . O procedimento de biópsia foi guiado por ultrassom modo B conectado a transdutor convexo de 3,5 MHz. Os animais foram posicionados em decúbito lateral direito e a identificação do tecido esplênico realizada do 8º ao 12º espaço intercostal do flanco esquerdo. Posteriormente foi introduzido o sistema de biópsia coaxial semiautomático de 13,5 cm x 15 cm acoplado à agulha do tipo Tru-Cut (14 G x 20 cm x 20 mm), que atravessou o músculo intercostal, atingindo o órgão de interesse. Os animais foram avaliados nas primeiras 24 horas para verificar manifestações de dor, levando em consideração a curvatura do dorso, dificuldade de movimentação e redução do apetite (Mellor e Stafford, 2004). Os dados foram expressos em média ± desvio padrão. O tempo de 24 horas de jejum alimentar e hídrico foi considerado adequado para a execução do procedimento cirúrgico, não sendo observada regurgitação de alimentos durante a realização da biópsia. O tempo operatório médio foi de 9,0 ± 2,2 min e o número médio de tentativas para obtenção de um fragmento foi de 1,3 ± 0,5. No que se refere ao peso médio do fragmento obtido este foi de 19,8 ± 4,7 mg, estando próximo do valor esperado. As avaliações clínicas mantiveram-se dentro dos valores de referência para a espécie durante todo o período observado. A avaliação da intensidade da dor revelou que 75% dos animais tiveram uma pontuação zero, demonstrando assim ausência de dor. Conclui-se então que a técnica de biópsia empregada mostrou-se eficiente na obtenção de um fragmento esplênico sem comprometer a saúde e o bem estar animal.