POTENCIAL EFEITO PROTETOR DA SILIMARINA SOBRE A ESTEATO-HEPATITE INDUZIDA PELO IRINOTECANO EM CAMUNDONGOS

ANDRÉ FELLIPE DE SOUZA CAVALCANTE

Co-autores: ROBERTO CÉSAR PEREIRA LIMA-JÚNIOR, RONALDO DE ALBUQUERQUE RIBEIRO e EUDMAR MARCOLINO DE ASSIS JÚNIOR
Tipo de Apresentação: Pôster

Resumo

Potencial Efeito Protetor da SIlimarina sobre a Esteato-Hepatite Induzida pelo Irinotecano em Camundongos

A esteato-hepatite e a diarreia são efeitos colaterais relacionadas à quimioterapia antineoplásica baseada no irinotecano. A silimarina apresenta efeitos antioxidantes, antiinflamatórios e antifibróticos, sendo amplamente usada para o tratamento de doenças esteatóticas hepáticas. O nosso objetivo foi avaliar o potencial efeito hepatoprotetor da silimarina sobre a esteato-hepatite induzida por irinotecano em camundongos. Camundongos Swiss fêmeas foram tratados durante 3 vezes por semana por sete semanas consecutivas com: salina (0,9%, 5mL/kg, i.p.), silimarina (150 mg/kg, v.o.), irinotecano (50mg/kg, i.p.,) ou irinotecano (50mg/kg) + silimarina (1,5mg/kg, 15mg/kg e 150mg/kg, v.o). Os animais foram sacrificados ao fim da sétima semana. Os seguintes parâmetros foram avaliados: variação de massa corpórea, sobrevida, diarreia, pesagem do fígado, rim e baço, análise histopatológica e dosagem das enzimas hepáticas ALT e AST. O projeto foi previamente submetido e posteriormente aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa Animal (CEPA) da UFC, conforme protocolo 21/12. O irinotecano induziu uma diminuição significativa (P < 0,05) da curva ponderal e da sobrevida dos animais quando comparado ao grupo controle salina. Adicionalmente, a administração de irinotecano aumentou significativamente (P < 0,05) o peso do baço a concentração sérica de ALT e AST, além de induzir lesão histopatológica hepática, detectada pelos escores para infiltrado inflamatório lobular, necrose e degeneração hidrópica. O tratamento profilático com silimarina na dose 1,5mg/kg reduziu significativamente a dosagem de ALT, AST, o peso do baço, além do dano histopatológico hepático (necrose e da degeneração hidrópica) em comparação com o grupo irinotecano. O tratamento profilático com silimarina em doses maiores não conferiu proteção significativa (P > 0,05) quando comparado ao grupo irinotecano. Estes resultados sugerem que a silimarina em baixas doses (1,5mg/kg) atenua a esteato-hepatite induzida por irinotecano, ao reduzir a necrose e a degenederação hidrópica na esteato-hepatite induzida pelo irinotecano, bem como ao reduzir os níveis plasmáticos de ALT e AST. Entretanto, considerando o nível de infiltrado inflamatório hepático, a silimarina parece não interferir com os mecanismos de ativação de neutrófilos durante a resposta inflamatória. Adicionalmente, os dados indicam que doses maiores de silimarina não são hepatoprotetoras, sugerindo que um nível basal de resposta antioxidante é necessária para o controle da infecção relacionada à patogênese da esteato-hepatite induzida pelo irinotecano.