LECTINAS DO GÊNERO CANAVALIAS INDUZEM MIGRAÇÃO DE NEUTRÓFILOS E LIBERAÇÃO DE NO

LUIZ ANDRÉ CAVALCANTE BRIZENO

Co-autores: ANA MARIA SAMPAIO ASSREUY, BENILDO SOUSA CAVADA, ALANA DE FREITAS PIRES, LÍVIA DE PAULO PEREIRA e NILSON VIEIRA PINTO
Tipo de Apresentação: Pôster

Resumo

Introdução: Lectinas são proteínas que apresentam pelo menos um sítio de ligação não catalítico (domínio lectínico) que se ligam de forma reversível e específica a carboidratos. Estudos das propriedades físico-químicas de lectinas leguminosas revelaram um elevado grau de similaridade em sua seqüência de aminoácidos e estruturas tridimensionais. Lectinas do gênero Canavalia pertencentes à subtribo Diocleinae apesar de apresentarem especificidades de reconhecimento por glicose/manose, e semelhanças bioquímicas e físico-químicas, mostram diferenças significativas de atividades biológicas entre espécies. Recentemente nosso grupo descreveu o efeito vasodilatador de lectinas Canavalia em dois modelos: edema de pata e aorta isolada, mostrando diferenças significativas no efeito e no mecanismo de ação. Esse estudo mostrou uma importante participação de óxido nítrico (NO) na fase final do edema induzido por C. gladiata e C. brasiliensis, apoiando estudos in vitro utilizando aortas isoladas em que as lectinas de C. maritima e C. ensiformis (ConA) e C. gladiata e C. brasiliensis provocam relaxamento da aorta de ratos através da ativação de óxido nítrico sintase. Também in vivo, lectinas de C. brasiliensis e ConA induzem o edema de pata e a migração de neutrófilos. Objetivo: Objetivou-se avaliar a migração de leucócitos e liberação de NO no modelo da peritonite induzido por lectinas de diferentes espécies do gênero Canavalia (C. brasiliensis, C. gladiata, ConA e C. maritima). Material e Métodos: Foram utilizados ratos Wistar machos (150-250g), mantidos e manipulados de acordo com os princípios éticos recomendados pelo Comitê de Ética da UECE (nº 09204632-0). Foram injetados intraperitonealmente (ip) nos animais solução salina ou lectinas (1 mg/ml) de C. gladiata, ConA, C. brasiliensis e C. maritima e após 4 h sacrificados por deslocamento cervical e a cavidade peritoneal foi aberta e lavada com 10 ml de soro (5 UI de heparina) e o exsudato coletado para a contagem total e diferencial dos leucócitos (células/ml) e dosagem de nitrito (NO2) (mM) pelo método de Griess, usando um espectrofotômetro A540nm. Resultados: Todas as lectinas aumentaram o número de leucócitos totais em relação ao grupo salina (0,86 ± 0,03 x 103). O aumento de leucócitos foi cerca de 3,2 x (2,73 ± 0,19 x 103), 2,9 x (2,48 ± 0,10 x 103), 2,3 x (1,99 ± 0,16 x 103) e 2,1 x (1,81 ± 0,20 x 103) em resposta às lectinas de C. gladiata, C. brasiliensis, C. maritima e ConA, respectivamente. Embora as lectinas de C. gladiata e C. brasiliensis mostraram-se significativamente diferentes das outras lectinas de ConA e C. maritima, elas não foram estatisticamente diferentes entre si. O aumento de leucócitos foi devido ao acúmulo de neutrófilos que foi cerca de 4,7 x (2,51 ± 0,30 x103) para C. gladiata, 3,8 x (2,01 ± 0,06 x 103) para C. brasiliensis, 3,4 x (1,79 ± 0,09 x 103) para C. maritima e 3 x (1,61 ± 0,20 x 103) para ConA, todos em relação ao grupo salina (0,53 ± 0,09 x103). Além disso, estas lectinas também aumentaram a concentração de NO2 de 25,6 x (1,22 ± 0,22 mM) para C. brasiliensis, 24,7 x (1,16 ± 0,28 mM) para C. gladiata, 5,4 x (0,25 ± 0,08 mM) para ConA e 3,9 x (0,18 ± 0,06 mM) para C. maritima em comparação com salina (0,04 ± 0,02 mM). As lectinas de C. gladiata e C. brasiliensis foram significativamente diferentes das outras lectinas C. maritima e ConA, mas eles não foram estatisticamente diferentes entre si. Conclusão: Concluímos que as lectinas de C. gladiata, C. brasiliensis, C. maritima e ConA induzem migração de neutrófilos associado à liberação de NO em diferentes concentrações.