Área de Concentração

 

Histórias, Culturas e Espacialidades

 
A Área de Concentração parte da consideração de que a cultura é elemento constitutivo da experiência histórica, e que a mesma, em seu desenrolar temporal, dá-se no contexto de múltiplas espacialidades; pois, assim como as temporalidades, os espaços são produtos de sedimentação cultural. Nessa configuração, entendemos as espacialidades configuradas nas vertentes tanto simbólico-imaginária quanto geográfico-social (territórios, região, oceanos, local, global, espaços sagrados/espaços institucionais, entre outros).

Também o conceito de cultura é compreendido no plural, como um conjunto de significados compartilhados e elaborados a partir das vivências, que se realizam, também, de forma simbólica, ou seja, marcada por sentidos atribuídos pelos agentes que (re)significam suas práticas e (re)definem suas identidades.

Tal perspectiva de análise compreende um arco temático no qual são problematizados o agir, pensar, narrar, lutar, sentir, lembrar, esquecer e representar; inscrevendo-se nas dimensões espaciais, materiais e temporais atravessadas por disputas e relações de poder. Neste sentido, busca-se focalizar os valores, as crenças, os sentidos, os hábitos, os costumes, as tradições, as ideias, as relações políticas e letradas, os fazeres científicos e artísticos, o corpo e seus domínios, as práticas alimentares, vestuário, festividades, enfim os modos de viver e morrer em sociedade. Problematiza-se a diversidade das experiências humanas, considerando as diferenças étnico-culturais, as relações sociais, econômicas, políticas, culturais e de gênero, incorporadas às percepções e usos que sujeitos históricos operam nas espacialidades, nos domínios materiais e simbólicos. Portanto, tal abordagem ancora-se na preocupação teórica que visa compreender as experiências materiais e imateriais como objetos de pesquisa, com ênfase na problematização, interpretação e construção de narrativas cuja historicidade precisa ser constantemente (re)analisada.

A perspectiva metodológica considera como base a relação indissociável entre cultura e sociedade, compreendida como movimento de atores sócio históricos em suas percepções, apropriações, circularidades e (re)criações de sentidos, modos de ser e agir, inseridos em tempos e espaços específicos, através das ferramentas da memória-história oral, análise textual e de discurso, estudos de representações/imaginários e variações de escalas, construídas na operação historiográfica. Em tais abordagens verificam-se tensões, ambiguidades, táticas, estratégias, redes, sentidos de pertencimentos e perspectivas identitárias, manifestados em ampla variedade de indícios e vestígios da experiência humana em linguagens distintas, como as textuais, orais, iconográficas, audiovisuais, caricaturais, literárias, patrimoniais, dentre outras.

Por fim, busca-se, através de um viés interdisciplinar, comparativo e relacional, dialogar com múltiplos campos do conhecimento, com acento especial em: Geografia, Antropologia, Sociologia, Psicologia, Literatura, Música, Semiótica, Arqueologia, Ciências da Natureza, Ciências Políticas, Demografia, Filosofia.