Ambiente como laboratório natural dos alunos da BIOEAD

24 de março de 2015 - 11:35

No dia 14 de março, os alunos do Curso de Ciências Biológicas (BIOEAD), da Universidade Aberta do Brasil e Universidade Estadual do Ceará (UAB/UECE), dos pólos de Beberibe, Aracoiaba e Maranguape puderem vivenciar o ambiente como laboratório natural. A experiência aconteceu durante a aula de campo da disciplina de Ecologia, ministrada pelos professores Jamili Fialho, da Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central (FECLESC), unidade acadêmica da UECE em Quixadá; Eliseu Lucena, do Centro de Ciências da Saúde (CCS), e Fabiann Lucena, da Faculdade de Educação de Itapipoca (FACEDI.

A proposta da atividade faz parte do planejamento didático da disciplina e tem como objetivo aproximar os alunos dos ecossistemas de suas regiões, fazendo-os refletir na ação do homem sobre os mesmos.

Os alunos do pólo de Beberibe conheceram a Reserva Extrativista da Prainha do Canto Verde, e lá foram recepcionados pelo ex-aluno da BIOEAD e agora biólogo Xavieles Ribeiro, que durante sua formação realizou o trabalho de pesquisa sobre “Monitoramento de Encalhe de Animais Marinhos”.

Durante a aula de campo, os alunos se apropriaram das particularidades do ecossistema local e escutaram relatos sobre as problemáticas que permeiam a localidade, como as dunas móveis, o avanço do mar, o declínio da lagosta e peixes e o desafio de ser uma comunidade de reserva extrativista, e interagiram com a professora Jamili Fialho, que buscava associar os conhecimentos teóricos deles àquele momento de prática de campo.

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Alunos  do Polo de Beberibe se deslocando para a Praia do Canto Verde

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Alunos do Polo de Beberibe na Reserva Extrativista da Prainha do Canto Verde

Os estudantes do pólo de Maranguape visitaram a Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra de Maranguape, o Centro de Ecoalfabetização Ivan Moreira de Castro Alves e a Fundação Mata Atlântica Cearense. A aula contou com a presença de um guia turístico e o professor Eliseu Lucena. Durante a trilha, a diversidade de ecossistemas foi apresentada para os alunos, sempre relacionando com o que foi visto em sala de aula. O bioma Mata Atlântica pode ser explorado e os alunos utilizaram seus conhecimentos prévios de Geografia, Ecologia e Botânica.

Ao observar as relações dinâmicas presentes neste ecossistema, os alunos perceberam a consciência sobre as interdependências entre o ambiente e o homem no equilíbrio da Biosfera. Um exemplo é que o plantio de bananeiras na Serra de Maranguape está causando danos ao solo, desmatamentos da mata nativa e acentuando o processo de assoreamento nas nascentes dos rios.

Na visita ao Centro de Ecoalfabetização foram apresentados aos projetos herbário vivo, viveiro de plantas nativas, sala verde, a implantação de um sistema agroflorestal, desenvolvimento de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas, reintrodução do café de sombra, uso de fogão eco-eficiente, produção e uso de carvão ecológico, construção e uso de banheiro seco, entre outras ações sustentáveis. Estes projetos juntamente com a Fundação Mata Atlântica Cearense têm como objetivo conservar a diversidade biológica do bioma Mata Atlântica e ecossistemas envolvidos nas interrelações.

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Alunos do Polo de Maranguape visitando viveiros de plantas na Serra de Maranguape

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Alunos do Polo de Maranguape na entrada do Centro de Ecoalfabetização Ivan Moreira de Castro Alves/Serra de Maranguape.

A turma do pólo de Aracoiaba visitou com a professora Fabiann Lucena a Estação Ecológica da UECE em Pacoti, localizado na APA da Serra de Baturité. O local apresenta um dos mais importantes enclaves da mata úmida do Ceará.

Ao longo da aula, os alunos entraram em contato com uma rica biodiversidade, o que gerou bastante entusiasmo na turma e norteou questionamentos sobre relações ecológicas, a estrutura da comunidade vegetal, as ações antrópicas e suas consequências ecológicas, as interferências dos ventos, da chuva e da radiação solar, entre outros fatores ambientais, na dinâmica das populações, mostrando uma maior interação pedagógica entre alunos, professor e o ambiente.

“Acreditamos que alcançamos os objetivos da aula de campo e os alunos puderam desenvolver melhor a capacidade de observação da natureza, compreensão da estrutura física de uma comunidade, reconhecendo e percebendo a importância de alguns tipos de interações bióticas e abióticas, além de desenvolver a capacidade de organizar suas observações”, afirmou a professora Germana Paixão, coordenadora do BIOEAD.

Esse tipo de atividade prática, segundo ela, é de extrema importância por possibilitar aos alunos a visão real da natureza, auxiliando também na formação de consciência ambiental. “Além disso, como futuros professores, eles poderão usufruir dessa experiência para aprimorar a sua ação docente”, ressaltou a coordenadora.

 

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Alunos do Polo de Aracoiaba explorando as trilhas da Reserva Ecológica do Pacoti

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Alunos do Polo de Aracoaiaba

A professora Germana aproveita para agradecer os tutores presenciais Edjane Silvano, Roberlany Lopes e Laene Gadelha e coordenadoras de pólo, professoras. Virginia Tavares (pólo Beberibe/CVT), Juliana Campos (pólo Maranguape/CVT) e Antero Coelho (pólo Aracoiaba/CVT), por terem viabilizado a logística de transporte e as condições necessárias para que nossos alunos pudessem vivenciar essa rica e inesquecível experiência.